Há pessoas que querem ser BONITAS pra chamar atenção, outras desejam INTELIGENCIA para serem admiradas, mas existem aquelas que cultivam a alma e os sentimentos e então alcançam o carinho de todos, além de belas e inteligentes tornam-se realmente PESSOAS.







28 de fevereiro de 2018

Relato de um coração triste



Hoje eu acordei pensando na vida… na minha vida, naquilo que eu posso fazer para me deixar mais feliz e tranquila.

Acordei assim porque fui dormir como se tivesse explodido uma bomba na minha cabeça. Fritei na cama buscando alternativas para aquilo que me consumia. Perguntas sem respostas. Talvez, não queria me deparar com a resposta que já tinha lá no fundo da cabeça e que minha intuição fazia esforço para trazer à tona. É difícil às vezes encarar os fatos.

Entendo que a felicidade é algo que depende de mim. Não posso esperar do outro algo que é meu. O outro pode complementar minha felicidade, aumentar, satisfazer ou até mesmo diminuir, mas esse poder de ser feliz ou não é meu, e sou eu quem comanda esse sentimento. Não dá pra deixar a felicidade ligada no piloto automático ou nas mãos de alguém, é preciso ter ela nas rédeas para não desandar e pensar: onde foi que eu a larguei?

A gente é responsável por tudo o que acontece na vida, seja bom ou ruim.

Então, num súbito pensei: “Estou repetindo um passado”! Tudo aquilo que um dia me fez sofrer, passar noites em claro, chorar de tristeza estão agora dando seus primeiros sinas, e acho que estou pisando num terreno já conhecido. Já passei por essa relação antes, então o que diabos estou fazendo aqui de novo?

A mágoa tem memória. Talvez esteja antecipando os fatos, mas é aquele ditado: “gato escaldado tem medo de água fria”! Quando a realidade passa a ser um reflexo do passado, é como se um ciclo não tivesse sido fechado. Não dá para se curar de algo voltando para aquilo que me deixou em pedaços. Porque faria uma coisa dessas, logo comigo?

Levantei e me olhei no espelho. Uma lágrima escorreu. Estava vivendo um dilema de continuar a viver essa história ou buscar outro caminho. O amor por ele não havia acabado… estava ali, latente… Eu ainda o amava, mas tenho por mim um amor maior. Fiquei entre a cruz e a espada.

A paixão é mesmo uma safada, nos deixa embriagados, numa viajem lisérgica, sem muita razão para as coisas. Somos tomados por alta dose de serotonina, e vemos tudo muito lindo, colorido, queremos viver aquele frenesi, o louco desejo de ver, beijar e amar. E para não deixar de sentir o doce gosto da paixão, colocamos panos em cima dos defeitos, tapamos o sol com a peneira. 
Justificamos olhando também para os nossas imperfeições, buscando assim como resposta reduzir o que a intuição nos alertou. E assim, vamos relevando até que chega um momento em que o tic tac na cabeça explode. Não dá para conviver com aquilo que já me machucou uma vez.

Em diálogo interno pensei: Como posso mudar alguém? Resposta: não posso. Não tenho este poder, só eu mesma posso me transformar. E o amor? Transforma? Resposta: Só se o outro quiser.

Segui meu dia com a cabeça envolta por pensamentos nuviosos, em dúvida: “será que sigo sozinha ou dou mais uma chance a esse amor”?

Lembrei que nas rodovias há uma placa que alerta: “Na dúvida, não ultrapasse.” E assim trago este alerta para a estrada da minha vida.

Enquanto sou tomada por essas sensações diversas e difíceis de traduzir, busquei um bom lugar, calmo e tranquilo para refletir. Às vezes é bom fazer essa pausa na vida para entender que caminho tomar e não ultrapassar sem segurança. É melhor estar consciente nesse momento do que tomado por emoções que nos fazem agir sem pensar. “Preciso dar uma chance – dessa vez, acho que pra mim.”

Observo que a vida manda seus sinais, como uma comunicação celestial. Percebo isso. Seja por meio de um telefonema inesperado daquele amigo, de algo que você lê “sem querer”, de uma música que toca e que toca nosso interior… a vida fala conosco de forma muito sábia. Repare.

Enquanto minha decisão não é tomada, prefiro estar comigo, sendo o meu porto e aconchego. É de mim que preciso agora.

Deixo o som rolar, a cabeça viajar e me acalmar. Assim, tudo há de seguir no seu divino propósito.

O amor não deixou de existir, mas enquanto eu não me amar, jamais eu serei feliz.



Adoro pessoas que tomam decisões corajosas em tempos difíceis


Adoro pessoas que tomam decisões corajosas em tempos difíceis. Aquelas que escolhem o que realmente querem em vez do que os outros pensam ser lógico ou coerente; além disso, o fazem quando é mais difícil, quando parece que tudo está contra, e ainda dizem: “Se há alguém que aposta em mim, sou eu“. Eu gosto de pessoas que se livram respeitosamente dessas correntes que todos nós parecemos ter com aqueles que nos ajudaram; que não misturam essa dívida, se ela existir, com sua liberdade.

Todos nós já tivemos esse sentimento que nós identificamos nas crianças: muitos, quando seus pais compram um brinquedo, ficam mais obedientes. Não porque desejam outro, mas porque integraram o princípio da reciprocidade em sua maneira de agir. Caso contrário, há muitos pais que se lembram disso, que aqui vamos chamar de “dívida”. “Ei, você não pode se comportar mal porque eu comprei o brinquedo!”, “Hoje nos divertimos no parque, então você tem que arrumar o seu quarto!”.

Honestos e sinceros

As pessoas que tomam decisões corajosas em tempos difíceis geralmente são honestas e se recusam a estar em dois lugares de uma só vez quando não podem. Aquelas que decidem “esta é minha carta e eu jogo”. Elas são maravilhosas porque respondem e nutrem a força mais poderosa que elas possuem. A força vital.

Adoro aquelas pessoas que sabem como se definir, que têm prioridades claras e entendem que, em determinados momentos, manter essas prioridades significa fazer sacrifícios. E elas fazem, embora o que for perdido ou deixado para trás machuque.

Seja porque elas colocam a família na frente de tudo, e não querem perder as rotinas maravilhosas que criaram com eles pela oferta mais atrativa do mundo; seja porque elas têm muito claro em suas mentes que o trabalho vem em primeiro lugar e estão dispostas a mudar de cidade a cidade para fazer o que gostam.

As pessoas que tomam decisões corajosas em tempos difíceis são honestas consigo mesmas e não fingem nem aspiram colocar um remendo onde não podem alcançar, não pretendem parecer algo que não são. Elas dizem: “Ok, o dia tem 24 horas e não 48”, de forma que elas não tentam obter mais do que isso. Elas não se forçam, não forçam os outros para que eles cheguem, para eles, onde não podem chegar. Elas não correm atrás do relógio: elas fazem isso quando querem. Se elas sabem que não têm tempo para ter filhos, ou arrumam esse tempo ou não os têm, mas não transformam as outras pessoas em pais ou fazem de suas próprias vidas um sacrifício constante.

As pessoas que tomam decisões corajosas são conhecedoras de sua sorte

Quando eu me relaciono com pessoas capazes de tomar decisões corajosas em tempos difíceis, sei o que esperar, talvez eu goste mais ou menos delas, mas o que elas dizem e o que elas fazem são coisas honestas. O que elas dizem que vão tentar, elas tentam; para o que elas dizem não, é não.

Eu amo as pessoas que podem tomar decisões corajosas porque, muitas vezes, elas não se esquecem de que são sortudas: porque o seu coração está batendo, porque elas nutrem esperança, porque elas têm um corpo que é a máquina mais perfeita e mais útil que jamais poderíamos criar com a tecnologia. Porque elas respiram; não é bom respirar? Em si, por fazer isso, não precisamos nos comparar com aqueles que não podem. Fazemos por nós mesmos. Inspire e expire.

Eu gosto delas porque elas amam a vida, elas são capazes de construir um relato positivo de seu papel, de lutar pela justiça, mesmo sabendo que esse mundo não é justo e que algumas pessoas podem te chamar de tolo por fazê-lo. Elas reconhecem suas falhas, mas não param de tentar. Pouco ou muito elas tentam usar todas as suas habilidades e correm um risco bonito. O risco bom de aprender.

Os medos existem, assim como em qualquer outra pessoa, mas elas entendem que ele faz parte do jogo. Que alguns se paralisam quando ele se aproxima e outros ficam maiores. Tentar? Por que não? O menino não deixa a colher cair para saber como diabos a gravidade funciona? São pessoas que continuam jogando colheres porque têm muita curiosidade. Porque elas têm mais fé, portanto, são capazes de tomar decisões corajosas em tempos difíceis.



Fonte indicada: A Mente é Maravilhosa

Proibido é pisar nos outros. Na grama pode.


Nós estamos juntos. Em última instância, estamos todos unidos em um mesmo tempo. Por mais que aqui e ali um grupo e outro se isolem, ainda que a uns tudo sobre e a outros nada falte, apesar da sanha cega de tanta gente por concentrar renda e latifundiar razão, pertencemos à mesma época. Os que tudo possuem e os que nada têm.

De alguma sorte, estamos atados um ao outro e não há o que fazer a respeito. Enfrentemos juntos o caminho, escalemos em grupo essa subida vertical ou o fim será um só: a corda invisível amarrada à cintura do último da fila vai nos derrubar a todos rumo ao abismo.

Uma hora ou outra, você e eu nos enterraremos nas mesmas trincheiras que cavamos entre nós. Direita e esquerda, ricos e pobres, brancos, pretos e amarelos, mulheres e homens, héteros e homossexuais, protestantes e cristãos, crentes e ateus. Estamos todos juntos. O mal que acometer cada um de nós há de espirrar em todo o resto.

Não há para onde fugir. Só nos resta nos ajudarmos um ao outro. Cabe a cada um de nós descobrir o que fazer. E há tanto, tanto o que fazer por aí!

Chega de briga. Quanto tempo jogado fora! Apesar de nossas discordâncias, somos uma mesma substância. Estamos debaixo do mesmo céu! O chão que nos sustenta sempre foi o mesmo. Você e eu e todo mundo caminhamos sobre ele e sobre ele haveremos de desaparecer um dia.

Até que esse dia chegue, tenhamos a decência de seguir com firmeza, correção e elegância, pelo Amor de Deus! Seja lá por onde formos, não pisemos em ninguém e desviemos em tempo dos pés malvados que encontrarmos no caminho.

E que o vento nos ajude a seguir em frente, um sopro fresco e forte que arranque as roupas do varal, bagunce os cabelos da gente e desarrume tudo quanto for armado e vil. Que esse vento baderneiro atrapalhe os planos dos canalhas, leve embora o que é ruim e traga de longe o perfume de velhas saudades, renovando nossa esperança e limpando nossos caminhos com a força de um milhão de anjos soprando vida longa, amor e festa sobre nós, prontos para seguirmos livres sobre um infinito gramado verde onde pisaremos sem culpa, cada um em seu rumo, juntos num mesmo tempo que amanhã há de ser melhor, muito melhor do que hoje.


Por André J. Gomes

Pedir amor não é amor. É chantagem emocional


Amor a gente não pede, não. Amor a gente dá. Se receber amor de volta, muito bem. É a vida nos sorrindo escancarada. A gente agradece e aproveita. Isso é só o que nos cabe. Aceitemos. Agora, quem dá amor com uma das mãos e estende a outra pedindo amor em troca está mais para o comércio do que para o amor. É um comerciante. Não um amante.

É claro que você e eu amamos esperando que de alguma sorte nos amem de volta. Em algum lugar dentro de nós, arde a chama miúda e azulada da esperança. Quem sabe o fulano ou a beltrana nos goste também? Quem sabe o sicrano corresponda? Quem sabe?

Mas ahhh… essa vida é caprichosa! Pode ser que a gente ame e o amor não venha de volta. Pode ser que a reciprocidade se perca no caminho e não apareça. Pode ser. Quando isso acontece, vergonha na cara! A nós só nos resta aceitar. Não se pega ninguém pelo colarinho e se determina “eu amo você e você vai ter de me amar de volta nem que seja amarrada”. Não! Quem acha isso justo não entendeu nada ou não tem nenhum pudor de praticar chantagem emocional, sadismo e mendicância.

Meu sentimento de amor por alguém, amor de verdade, já devia me fazer bem de qualquer maneira. Gostar de uma pessoa, pensar nela à noitinha, admirar-lhe o jeito, ser grato por ela existir, amar a sua presença no mundo provocam em mim um gosto novo pela vida. Só aí o amor já deu certo. Já cumpriu o seu papel. A energia amorosa que nasce em mim e que eu envio a alguém já é um presente raro e bonito pelo qual eu devia agradecer.

O amor é a energia mais poderosa da vida. Você e eu amamos para continuarmos vivos! E quando amamos alguém e esse alguém não fizer o mesmo em relação a nós, se lá dentro dele não nascer também um sentimento parecido em relação a nós, paciência! É assim que é. Se não estiver bem assim, passemos a mão em nossas coisinhas e partamos para outra, amar outro alguém noutro lugar, em outro tempo. Até encontrarmos o que esperamos.

Não há outro jeito. Amar e ser amado é um ofício. Como todo trabalho, começa em nossa disposição para a labuta, em nosso ímpeto de oferecer. Na lida, no esforço. Na vida que se constrói todos os dias. O amor é doação. A gente dá, não pede. Pedir amor não é amor. É chantagem emocional.


Por André J. Gomes